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Thrashin' United Tour 2007:

1º final de semana - Thrashin` SP.
15/Aug/2007

O primeiro post foi escrito na pressa, enquanto o Capaça  buzinava lá embaixo do bloco acompanhado de seu padastro Tenorius Goma-lina, o responsável por levar dois thrasheiros mais um monte de tralha até a cidade satélite de Taguatinga, lugar que o ônibus dos sacoleiros da morte partem toda semana para compras insandecidas pelas ruas da capital paulista. Como sempre saí atrasado, a sorte é que o ônibus também sempre atrasa. Saímos de Brasa City por volta de 18h, naquele misto de empolgação e saudade. Nosso padrinho e patrão Antônio "no neck" Rolldão foi até lá dar um tchau pra gente e ganhou a função de consolar a mãe do Cambito, que ficou chorando por cerca de 54 minutos depois que deixamos o posto de gasolina da onde os ônibus piratosos partem.

A viagem correu tudo bem. Batera teve a idéia sensacional de levar umas cartas de baralho pra gente ir jogar um truco nos momentos de ócio. Demorou um pouco pro Cambito entender como se jogava um jogo com cartas, mas ta valendo. O ônibus que a gente descolou era bem mais chique e arrumado dos que os que estamos acostumados a pegar. A única coisa que não muda é o medo da polícia traduzido em oração puxada em coro antes da parada pro almoço. "Pai nosso que ta no céu (...) livrai-nos de todo o mal e da fiscalização. Amém." Nessa hora, o Cambito quase que não segura o riso.

Chegamos em São Paulo capital às 8h da manhã. Aquele clima caótico de metrópole parece que fica ainda pior com a falta de paciência das pessoas na sexta-feira. Além de três thrasheiros sem destino, estava acompanhado por um mar de coisas, tralhas e bugigangas que tornavam qualquer movimentação um desafio digno de Rocky Balboa. Eram quatro carrinhos de sacoleiros, duas caixas de papelão com quase 600 discos, quatro mochilas, duas guitarras, um baixo, pratos de bateria, pedal duplo além do peso da nossa feiúra. Impossível dar rolê com aquilo tudo. Tentei ligar pra uns camaradas pra saber se tinha como largar umas coisas com eles, mas os safados tudo dormindo. Fomos andando de maneira muito desajeitada até a estação de metrô mais próxima (que de próxima num tinha porra nenhuma) e lá resolvemos seguir para o point dos roqueiros paulistas, a galeria do rock.

Ficou combinado que eu e o Cambito iríamos cuidar das coisas para que roqueiros muito doidos não se aproximassem enquanto Batera e o Capaça iriam até a rua Teodoro Samapaio comprar cordas de guitarra e (aleluia) pratos para bateria. Deixamos as coisas na galeria Nova Barão, um lugar bem mais agradável que a galeria do rock e momentos depois fomos acolhidos e salvos por um dos avôs do barulho no Brasil, Marcelo do ROT, dono da excelente loja Extreme Noise Discos. Quando o Marcelo chegou pra abrir sua loja e viu aqueles dois projetos de mindingos cheio de caixa na parta da loja soltou um "Ô Poney, pode deixar as coisas aqui". Então, acabou que enquanto o Capaça e o Batera gladiavam para pegar um metrô e ir em busca de seus artefatos musicais, eu e o Cambito passamos uma manhã agradável vendo discos, ouvindo grindcore e eu ainda me deliciando com quitutes vegan, uma beleza.

Com Nino, Gilvany, Miro e Marcelo do Rot na Extreme Noise Discos
Cambito já dava sinais de fraqueza.

Na noite anterior, na hora da parada para o jantar, estávamos em uma das nossas conversas mais recorrentes, merdas, cagadas, diarréia, problemas intestinais e por aí vai. O Cambito, muito orgulhoso de sua ascendência aguaslindenses afirma com toda convicção que "tem um estomâgo muito forte"e que "come qualquer coisa sem ter que cagar mole". Todo esse papo era acompanhado de uma ingestão de uma salada de maionese muito suspeita. Num deu outra, por volta das 11 horas da manhã, aquele ser de pernas finas começa a chorar de dor na barriga em pleno centro de São Paulo. Puta merda, a solução foi juntar todos os panfletos de show de rock que encontramos pro coitado dar uma cagada num banheiro de um boteco ali do lado. O cambito, com aquele cu frouxo e peidoaria descontrolada, ainda teve que se submeter aos risos de umas moças que ao lado do banheiro escutavam todo o barulho que o rapaz fazia enquanto descarregava.

Capaça e Batera voltaram e lá na galeria encontramos alguns camaradas. O Lauro da Vegan Pride, o Toninho Iron do fã clube do Sepultura, Nino Tenório do Discarga e dois caras que foram fundamentais para que desse tudo certo nesse primeiro final de Semana, Gilvany Juvas, nosso companheiro candango, punk véio, grande empreendedor do rock, hoje radicado em SP e Miroswaldo Rebellion, o miro, de Cascavel no Paraná, grande camarada e lendário por ter sido eleito o mais feio do Caga-Sangue Thrash em o Mistério da Pica de Madeira. O Miro viajaria com a gente nesse final de semana, tomando conta da gente e ajudando no contato com os produtores dos shows. Mesmo sendo bem mais novo que os Violas, o miro já é bem mais responsável e ligado que a gente, o que pra quem nos conhece, pode não significar tanta coisa assim.

Em frente a loja do Toninho, topamos com o Leo da banda Warpain que ficou responsável por nos levar até o lugar do primeiro show da tour, o M868, um bar de rock na região do belenzinho (acho que é isso). Catamos um metrô lotado ali no centro, naquele horário maldito de pico. O Nino quase morre esmagado por uma porta assassina tentando dar uma de super-herói pra que todos os roqueiros pudessem passar com vida. Deve ter machucado pra caraio, mas eu não conseguia parar de rir com aqueles gritos agonizantes de "ô mano, ô mano" metade pra dentro, metade de fora do vagão.


Nino Tenório esmagado pelo metrô.

O lugar do show era bem bacana, pequeno apertado, do jeito que a gente gosta. A recepção dos donos do bar foi bem legal também, com sanduíche, banho quente e refrigerante de maçã. Mais a noite vários camaradas chegaram. Cris do Bandanos, Japonês, Rafa e Diegão do Blasthrash, Juninho do Discarga, Rodrigo Exciter, Fravo e Sarita, nossa amiga de longa data e que até hoje esteve presente em todos os shows que o Violas fez em SP. Também deu pra conhecer pessoalmente várias pessoas que só tínhamos contato pela internet, como o Grade, que tava lá com seu bonezinho do Werhmatch.

O show foi bem louco, começamos com o pé direito. As bandas de abertura foram o Warpain e o Letargia, infelizmente não pude conferir as bandas, pois estava cuidando da banquinha dos violas. Sei que a primeira banda faz um thrash bem cru e empolgante e a segunda é do interior paulista, de uma cidade perto de jundiaí e os caras fazem uma mistura louca entre metal e punk com direito à um cover do Misfits. Na hora do Violator, a agitação foi muito bacana, vários stage dives e uma galera cantando as músicas, o que é bem incomum pra gente em Sampa já que até pouco tempo atrás eu tinha a impressão de que muitas pessoas não gostavam da gente por ali.

O rock no m868acabou tarde pra caralho. No tempo certo de catar as coisas e pegar o metrô para a Barra Funda e assim embarcar no primeiro ônibus para Itapetininga, lugar do show de sábado. A viagem durou quase quatro horas, nem me lembro de nada, apaguei. Itapetininga é uma cidade muito bacana, interior a gente se sente mais em casa. Encontramos o Ivan, produtor do show gente fina pra caralho, lá na rodoviária mesmo e levaram a gente de carro (!) pra gente descansar em um hotel (!!!). Bom demais. Cama macia, banho quente, TV a cabo com um canal de filme pornô que o pilantra do Batera ficava colocando no último volume só pra constranger a gente. Funcionou.

Foram buscar a gente no final da tarde pra ir pro lugar do show. Vale abrir um parênteses para agradecer e parabenizar o pessoal do Bangers Crew pela excelente organização e produção do evento. Impecável. O lugar era bastante grande, mas tinha bastante gente pra transformar a noite numa festa muito bacana. Vale também comentar como é fudido o intercâmbio e a troca de experiências e a amizade que rola no interior de São Paulo. Tinha muita gente de outras cidades no show, gente que tinha viajado várias horas pra estar ali só pelo prazer de curtir um show underground. Isso é muito foda.

E puta merda, como faz frio em Itapetininga. A gente foi até o mercado descolar alguma coisa pra almoçar/jantar (um sanduíche fudido e barato, por sinal) e eu percebi que meus casacos candagos num valem um vintém. O cambito, coitado, tinha trazido umas luvas que ele nunca usou especialmente pra esse role. Só que na hora que o menino, todo empolgado, ia colocando a mão direita, o Capaça solta um "puta merda, que coisa horrível" e o Cambito, constrangido, deixou as luvas no quarto e ficou passando um frio desgraçado.

Todas as bandas que tocaram em Itapetininga fizeram um puta show. Tocamos mais uma vez com os deathbangers do Vulture, e a apresentação dos caras é impressionante. Me impressionou também o show do Speed Metal Hell, um trio que faz um puta thrash empolgante e trampado que me lembrou pra porra os melhores momentos do Coroner. Eles inclusive mandaram um cover matadore de Masked Jackal, todos os caras mandam muito bem, o guitarrista é uma máquina insana de arpejos. E  logo antes do Violator, rolou um dos shows mais aguardados por mim dos últimos tempos, da banda de thrash metal do interior paulista, Devil On Earth. E ainda bem que os caras não decepcionaram nem um pouco. O som do D.O.E. é old shool, mas passa longe de ser genérico, emulado ou repetitivo. Na verdade, é um thrash louco como eu nunca vi. Acho que é a banda mais rápida de thrash metal nacional, mas eles não vão pra um lado thrashcore/powerviolence, o negócio soa metal pra caralho. É como ouvir um Sadus em 45 rpm e com o vocalista tendo tomado anfetamina. Muito insano. Sem contar que conhecemos os caras tem alguns anos, eles são uns puta camaradas e o Macedo é um dos caras mais gente finas do underground thrash brazuca. Foda.

O show do Violator também foi muito fudido. O cambito tava agitando feito um louco.Correndo de um lado pro outro sem parar, fiquei muito feliz com isso. Mais uma vez o Miro cuidou da gente, levando uns copinhos de água de torneira pra gente no palco, já que todo o estoque do bar tinha acabado (uma ótima coisa). Uma puta agitação infernal, gente saltando do palco o tempo inteiro e com os punhos pra cima cantando todas as músicas. E foi isso, conhecemos ótimas pessoas e fizemos novos amigos. Ah! O Richard estava lá, nosso grande brother no interior paulista.

Depois do show fomos para o hotel, acordamos cedo pra pegar o café da manhã e comemos feito loucos pra não ter que gastar nada com o almoço. O miro se despediu da gente pra seguir de volta pra Sampa e assim pra Cascavel e nós pegamos com o Ivan um ônibus para Curitiba. A viagem durou o dia inteiro, chato pra caralho. Só a discogafia do Misfits pra salvar mesmo. Matei o livro que tinha levado pra durar boa parte da tour em uma tarde, de resto ficamos olhando a janela e o tempo passar. Ao menos a paisagem é bastante bonita, muitos campos abertos, pinheiros e outras coisas belas que nós da terra do cerrado e das árvores tortas e atarracadas não estamos acostumados a ver.

Chegando em Curitiba, um frio do caralho, a gente resolveu se separar. Eu e o Capaça pegamos um ônibus para Cascavel e o Batera e o Cambito ficariam a semana em Curitiba pra curtir por lá. Nós decidimos vir para Cascavel para curtir um role com o Miro, reencontrar os amigos que fizemos aqui e aproveitar para fazer umas tatuagens com o nosso camarada Polaco, da Legion`s Tattoo. Cambito e Batera estavam com a grana mais apertada e ficaram na capital, onde a gente toca na sexta-feira, depois de amanhã. Vai se legal tocar em Curitiba pela primeira vez.

Bem e aqui estou, escrevendo essa dis-graça no estúdio do Polaco. Valeu quem leu isso tudo até aqui. Deixa eu ir nessa,  agora é hora de ir curtir um role com o Pessoal do Hate your Fate, o Joe e a íris, o JR, o Bruno e muitos outros camaradas, Cascavel tem uma galera incrível. Valeu aí e semana que vem eu escrevo contando como foi essa semana e os shows em Curitiba, Cascavel e Londrina. O role ta só começando.

UFT!
Poney.


Thrash e barriga cheia, combinação perfeita.
  

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Local: Inferno - Rua Augusta 501 - Consolação


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